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Ônus da artrite reumatoide

Quando não reconhecida pela população e diagnosticada tardiamente pelos médicos, a artrite reumatoide aumenta ainda mais seu impacto – para o paciente e para o sistema de saúde

Artrite, artrose, osteoporose. Quem já não ouviu algum dia alguém falar sobre doenças reumáticas? A grande questão é defini-las, diferenciá-las e diagnosticá-las o mais cedo possível. A confusão se dá porque existem mais de cem tipos destas doenças, que atingem e prejudicam o sistema musculoesquelético seja devido a inflamações ou a degenerações, que se manifestam de forma aguda ou crônica. Entre as principais doenças reumáticas está a artrite reumatoide (AR). 

 

O diagnóstico precoce é importante para qualquer doença, especialmente quando os danos causados são irreversíveis – como no caso da artrite reumatoide, que provoca, entre outros problemas, deformidades nas articulações e erosão óssea. Os prejuízos causados pela descoberta tardia da doença vêm em cascata: diminuem a qualidade de vida do paciente num processo sem volta, além de onerar os cofres públicos.

 

“Isso acontece por diversas razões. Uma delas é o fato de a população não conhecer as doenças reumáticas em geral, especialmente a artrite reumatoide”, aponta Geraldo Castelar, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Com isso, muitas pessoas ignoram, por bastante tempo, as dores nas articulações, que são um dos principais sintomas da AR. Quando decidem procurar ajuda, geralmente consultam o clínico geral ou médico da família – “que geralmente não possuem formação específica para atendimento deste paciente”, explica Castelar. “Isso contribui para retardar o diagnóstico correto”. “Quando finalmente a AR é detectada e o tratamento prescrito, dependendo da região brasileira, pode ocorrer uma dificuldade maior em se obter com rapidez o medicamento no sistema público”, complementa.

 

Durante todo esse processo, os sintomas são agravados, já que a progressão da doença não é contida. O paciente, que poderia ter sido diagnosticado em estágio inicial, muitas vezes acaba demandando um tratamento sequencial mais complexo e de maior custo – onerando mais do que o inicialmente necessário os gastos do governo com saúde. 

 

Independente de se tratar de pacientes, governo ou iniciativa privada, a AR provoca, de diferentes maneiras, um impacto importante em cada um destes públicos ou setores. O primeiro passo para reverter esse impacto seria a conscientização da população e de médicos, especialmente clínicos gerais, sobre o assunto.

 

Prejuízos em fatos e números

  • A American College of Rheumatology(ACR), ao comparar pessoas que não tinham AR com aquelas que sofriam da doença, constatou que esses pacientes:
    • Acarretam três vezes mais custos diretos relacionados a cuidados com a saúde;
    • Apresentam o dobro em índices de hospitalização;
    • Apresentam taxas 10 vezes maiores de incapacidade1.
    • Estudos apontam que cerca de 66% dos pacientes perdem em média 39 dias por ano de trabalho devido à AR2
    • Outros estudos indicam que de 20% a 30% dos pacientes tornam-se incapacitados profissionalmente em até três anos desde o início da AR3,4.
 

 

Sobre artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica e progressiva que atinge articulações, resultado de uma disfunção do sistema imunológico. Normalmente, o surgimento dos sintomas é lento: uma ou várias articulações podem ser acometidas desde o início. Geralmente, a AR começa nas articulações das mãos e dos punhos, de forma simétrica, podendo atingir outras partes do corpo. A doença gera dor persistente, inchaço e perda da mobilidade das articulações, fadiga e rigidez matinal – ou seja, dificuldade para se movimentar pela manhã.

 

O diagnóstico da AR é baseado na avaliação dos sintomas pelo médico. É possível ainda que o especialista solicite exames complementares como de sangue, radiografias, ultrassom ou ressonância. A análise em conjunto dos exames clínico e complementares confirmam o diagnóstico. No site da Sociedade Brasileira de Reumatologia (www.reumatologia.com.br) é possível buscar um médico especialista – o reumatologista – de acordo com a região. Há ainda outras informações sobre doenças reumáticas, inclusive a AR.

 

Vale ressaltar que somente um médico pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado, que geralmente inclui mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e até cirurgia para os casos mais graves. Não existe cura para a doença, mas hoje podemos controlá-la, acabando com a dor e limitação decorrentes da inflamação, além de impedir que complicações como deformidades ocorram.

 

Em relação aos medicamentos, existem diferentes abordagens farmacológicas, como analgésicos, anti-inflamatórios e modificadores do curso da doença (DMCD), que podem retardar o dano articular – como os agentes chamados de biológicos, por exemplo, os anti-TNF (Fator de Necrose Tumoral) que atuam bloqueando uma proteína solúvel (TNF) que estimula e perpetua o processo inflamatório.

 

Com a variedade de opções, o médico reumatologista pode, hoje, controlar a doença e garantir a manutenção da qualidade de vida dos pacientes com artrite reumatoide. Quando a AR é controlada, há ainda um aumento na expectativa de vida – inclusive pela redução do risco de infarto do miocárdio e derrame cerebral. Em relação ao perfil dos pacientes, a enfermidade atinge mais mulheres do que homens e, apesar de poder surgir em qualquer idade, costuma ser mais frequente em adultos.

Artrite reumatoide – perfil dos pacientes

  • A doença afeta aproximadamente 1% da população mundial5.
  • Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a prevalência e a incidência da artrite reumatoide são maiores nas mulheres do que nos homens6.
  • A doença pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum entre os 40 e 70 anos5.  
 
 

 

Referências

 

  1. AmericanCollegeof Rheumatology Subcommittee on Rheumatoid Arthritis Guidelines. Guidelines for the management of rheumatoid arthritis: 2002 update. Arth Rheum. 2002;46:328–346.

 

  1. Burton W, Morrison A, Maclean R, et al. Systematic review of studies of productivity loss due to rheumatoid arthritis. Occup Med. 2006:56:18-27

 

3. Chaudhari P. The impact on rheumatoid arthritis and biologics on employers and payers. Biotechnology Healthcare. 2008;July/August:37-44. http://www.biotechnologyhealthcare.com/journal/fulltext/5/2/BH0502037.pdf?CFID=68599947&CFTOKEN=25168154. Accessed October 6, 2010.

 

4. Verstappen SMM, Bijlsma JWJ, Verkleij H, et al. Overview of Work Disability in Rheumatoid Arthritis Patients as Observed in Cross-Sectional and Longitudinal Surveys. Arthritis & Rheumatism. 2004;51:488-497.

 

5. Lee DM. et al. Rheumatoid arthritis. Lancet. 2001;358:903-911

 

6. http://www.who.int/healthinfo/statistics/bod_rheumatoidarthritis.pdf

 

 

Pfizer

Ao completar 60 anos de atuação no Brasil em 2012, a Pfizer reforça seu comprometimento com a saúde e o bem-estar das pessoas, trabalhando para ampliar cada vez mais o alcance de pacientes a tratamentos de qualidade, seguros e eficazes. Para isso, a companhia investe em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças importantes e para necessidades médicas não atendidas, além de estabelecer parcerias para possibilitar ampliação do alcance de seus tratamentos à população, por meio de medicamentos genéricos e produtos maduros. Hoje, a Pfizer oferece grande diversidade de opções terapêuticas que abrangem áreas como saúde da mulher, prevenção de enfermidades em crianças e adultos, infecções, dor, doenças autoimunes, câncer, Alzheimer, entre outras. A empresa também valoriza o apoio à comunidade e oferece suporte a projetos sociais no País relacionados a saúde, educação e sustentabilidade. No mundo, a história da Pfizer começou em 1849 com a produção de insumos para medicamentos nos Estados Unidos (Nova York) e se expandiu para mais de 150 países. No Brasil, a Pfizer está dividida em três áreas: Farmacêutica (produtos de prescrição para Saúde Humana), Consumer Healthcare (medicamentos isentos de prescrição) e Saúde Animal.

 

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