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Os danos do uso de substâncias tóxicas durante a gestação

A médica do Amparo Maternal, Dra. Marisa Pascale Quintino, fala sobre os impactos do cigarro em gestantes e faz recomendações.

Toda gestante deve parar de fumar devido aos riscos do tabaco para o feto e para ela mesma. A fumaça de qualquer derivado de tabaco possui cerca de 4.720 substâncias tóxicas em especial a nicotina e o monóxido de carbono (CO), contribuem para danos, tais como: abortamento, aumento da incidência de gestação ectópica, rotura prematura de membranas, parto prematuro, baixo peso ao nascer e síndrome da morte súbita infantil.

A nicotina no organismo causa liberação de acetilcolina, epinefrina e norepinefrina, que agem sobre o coração, causando um aumento da frequência cardíaca, interferindo na agregação plaquetária e nos fatores de coagulação. Devido a seu fator vasoconstritivo, a nicotina pode levar à insuficiência útero-placentária, produzindo neurotoxicidade fetal, resultando em retardo do desenvolvimento cerebral, inibindo a maturação pulmonar e aumentando o risco da síndrome da morte súbita infantil.

 O monóxido de carbono tem uma grande afinidade com a hemoglobina, que transporta o oxigênio pelo sangue. (carboxihemoglobina). Quanto mais a mãe fuma, o sangue transporta mais monóxido de carbono e menos oxigênio chega ao feto.  A carboxiheglobina é um dos compostos responsável pela diminuição do peso fetal (RCIU).  

 

Além dos prejuízos causados ao feto, há também os riscos para a gestante, como para as demais mulheres que fumam, por exemplo, têm um risco aumentado de doenças cardiovasculares e câncer.

As fumantes passivas também tem risco aumentado de prematuridade e/ou baixo peso ao nascer. As pessoas que convivem com as gestantes devem respeitar a fase em que elas se encontram evitando o uso de tabaco no ambiente.

 

A recomendação é que a gestante tome consciência dos efeitos nocivos do tabaco na gestação e se necessário conte com apoio psicológico e familiar para deixar o vicio, já que as terapêuticas farmacológicas estão contra-indicadas na gravidez.

Alguns estudos sobre breve exposição a adesivos transdérmicos de nicotina ou goma de mascar de nicotina demonstraram pequenos efeitos hemodinâmicos na gestante e no feto, geralmente menor do que se estivessem fumando, porém não é aconselhável seu uso na gravidez. A bupropiona, vareniclina, nortriptilina e clonidina estão contraindicadas na gestação.

Ingestão de cigarro ou outras drogas sem saber que estava grávida

Para as mulheres que fumaram ou ingeriram cafeína sem saberem que estavam grávidas, o risco aumenta de acordo com o tempo de exposição a essas substâncias.  “Deve ser feito um aconselhamento rigoroso, baseado em evidências científicas, clínicas e epidemiológicas enfatizando o efeito deletério do fumo para o binômio materno-fetal de tal forma que se cesse o hábito de fumar imediatamente. Quanto à cafeína deve ser utilizada em baixas doses durante a gravidez”, recomenda a médica.

Sobre o Amparo Maternal

Há 73 anos, o Amparo Maternal é uma maternidade filantrópica que atua com Saúde e Assistência Social, atendendo exclusivamente aos sistemas públicos na cidade de São Paulo. O complexo hospitalar disponibiliza atendimentos de urgência obstétrica, serviços ambulatoriais, internação e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e o Centro de Acolhida assiste às gestantes, mães e bebês em situação de vulnerabilidade e risco social.

Considerado como uma das maiores maternidades da América Latina, o Amparo Maternal conta com mais de 400 colaboradores e 100 voluntários que contribuem para a realização de cerca de 7 (sete) mil partos anuais, dos quais 80% são normais.

 

 

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