Edição impressaConfira a última edição impressa

Prefeituras vão ter mais tempo para elaborar plano de saneamento básico

AMM teve papel importante na prorrogação do prazo até Dezembro de 2015

Os municípios brasileiros conseguiram mais tempo para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. Esse foi uma das principais reivindicações da Associação Mineira de Municípios – AMM durante o I Seminário de Meio Ambiente. No evento, uma carta foi redigida ao Ministério do Meio Ambiente e o pedido de prorrogação do prazo para que as prefeituras pudessem se adaptar ao Plano foi um dos temas que compunham o documento.

O novo prazo foi publicado no Diário Oficial de hoje e anunciado durante a reunião do Comitê de Articulação Federativa (CAF), em Brasília, nesta quarta feira (24), onde a AMM foi representada pelo Superintendente Geral, Ângelo Roncalli e a Gerente Geral de Planejamento, Cristina Mendonça.

O decreto nº 8211/14, de 21 de março, altera o decreto nº 7217/10, que estabelecia o prazo para dezembro de 2013. Dessa forma, os municípios terão agora até 31 de dezembro de 2015 para que seja feito o Plano, condição para o acesso a recursos orçamentários da União destinados a esse fim. “A prorrogação do prazo proporciona um fôlego maior para os gestores elaborarem um plano eficaz, oferecendo um tempo hábil para procurar consultorias que realizem o projeto dentro do orçamento municipal, sem uma urgência que acaba por encarecer o processo”, afirma Roncalli.

Cerca de 90% das cidades brasileiras estavam impedidas de receber recursos federais para projetos de saneamento e de meio ambiente por não terem elaborado o Plano. O motivo para o grande número de prefeituras que ficaram irregulares é o alto custo da elaboração, que gira em torno de 100 mil reais. De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2011, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 609 Municípios já haviam elaborado seus planos de saneamento. Já a pesquisa Regulação 2013, da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), feita com 2.716 municípios que têm agências reguladoras no setor de saneamento básico, mostrou que apenas 34% concluíram o plano em 2012.

O Presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Antônio Carlo Andrada destaca que os maiores entraves para elaboração do plano é o custo para que ele seja feito e a falta de mão de obra qualificada. “Os Municípios não têm condições financeiras e técnicas para elaborar o plano por conta própria. A prorrogação do prazo foi uma luta da AMM durante o ano de 2013 e deve ser comemorada, mas ainda não é solução do problema. A crise financeira dos municípios ainda continua e por isso eles devem receber um aporte dos governos federais e estaduais para que consigam cumprir o prazo”.

 Plano de Resíduos Sólidos é outro desafio

Outra dificuldade que os municípios vêm enfrentando é a adequação dos lixões para o descarte correto dos resíduos sólidos. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se mostrou atenta a essa questão durante Reunião do Comitê de Articulação Federativa. Ela sinalizou que é intenção do governo a prorrogação do prazo, por meio de Medida Provisória. “Devemos trabalhar nesse prazo, para que não haja uma penalização para os municípios”, afirmou.

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.