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Saudades!!! “Tocos do Moji perde um companheiro”

José Maria da Silva* 22/02/ 1935 + 13/03/2012 – Tocos do Moji

Pai, sabemos que o senhor não está mais presente entre nós, porque o seu tempo era de partir e Deus o chamou para vida eterna em sua glória, onde não terás mais dor, fome, medo, preocupação, só terás paz. Mas para nós que aqui ficamos, achamos que as cicatrizes deixadas por tua ausência; a principio parece que nunca vão cicatrizar, no entanto esse é o ciclo da vida, nascemos para morrer. Agora essa dor insuportável que nós sentimos aos poucos se transformará em saudades e não sonharemos com o senhor entregue ao leito. Mas sim sorrindo, caminhando num jardim florido, respirando a paz e nós, crianças a olhar, porque é assim que estará na presença de Deus.

Então, saberemos que quando invocarmos a tua alma, os seus braços nos cobrirão dando proteção a qual pedimos até quando Deus também nos chamar. E assim, em todos os dias lembraremos-nos do senhor, sentiremos o teu calor, ouviremos a sua voz e por um momento entristecemos para depois esboçarmos um sorriso de que valeu a pena termo como nosso pai e mestre.

Homenagem de sua esposa, filhos, genros, nora, netos e bisnetos.

Que hoje choram a sua falta.

Tocos do Moji perde um Companheiro!

José Maria da Silva, o popular “Zé Quinzinho”, foi uma pessoa acolhedora no sentido mais profundo que este adjetivo possa representar. Sua prática de bondade não se resumia em apenas ressaltar teoricamente que não devemos deixar de lado os mais necessitados, mas, a exemplo do Bom Samaritano, os acolhia em sua própria casa sendo para eles uma espécie de pai.

Participou efetivamente da Liderança da Pastoral da Terra. Jamais se conformou com um tipo de espiritualidade vazia e desprovida da verdadeira ação. Levou profundamente a sério aquilo que nos pede a Sagrada Escritura especialmente no que se refere ao chamado de atenção de São Tiago ao afirmar que “a Fé sem Obras é morta”. Dentro desta Pastoral lutou incessantemente pelos direitos dos excluídos. Esteve presente em muitas Romarias da Terra. Munido de uma verdadeira fé católica, abraçou as causas pertinentes abordadas pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em nível Comunitário, Paroquial, Diocesano e ainda em nível Regional. Liderou e participou dos grupos de Reflexão Bíblica tais como: “Bíblia Gente”, “Campanha da Fraternidade” Equipe de Liturgia, Pastoral dos Vicentinos, Pastoral da Criança e outros. Ainda em sua dimensão religiosa, exerceu dentro e fora da Igreja um dos mais nobres Ministérios oferecido aos leigos; o Ministério da Santa Eucaristia. Convicto e conhecedor dos direitos humanos, chegou a participar de uma Manifestação Popular na Capital Federal, Brasília.

Militante por essência participou da fundação do Partido dos Trabalhadores em Borda da Mata e no ainda Distrito de Tocos do Moji. Dentro do Partido ocupou papel de relevância sendo resoluto nas decisões do Diretório. Lutou incansavelmente pela nossa Emancipação Política Administrativa, estando presente em todos os momentos importantes deste período. Fez parte de diversas Comissões Municipais tendo sido inclusive Presidente da Associação dos Moradores de Tocos do Moji. Idealizador e um dos principais responsáveis pela construção do Asilo, cujo funcionamento aguarda apenas a liberação da documentação pelos órgãos competentes.

Em todas as Inaugurações realizadas no Município, o Zé Quinzinho sempre se fazia presente. Participava destes atos Solenes e deixava transparecer sua alagria por acreditar que estas eram conquistas de todo o povo. Teve participação decisiva na idealização e fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tocos do Moji.

Sua espiritualidade sempre o acompanhou em seus trabalhos sociais. Entendia, com razão, que fé e política deviam andar lado a lado sendo a política a responsável por colocar em prática a justiça social tão cobrada pela fé. Amou como ninguém, Tocos do Moji, seus amigos e principalmente seus familiares que estiveram dia e noite ao seu lado, principalmente nos últimos dias de sua vida.

Tocos do Moji perdeu um companheiro, e nós, um amigo companheiro.

Antônio Rosário Pereira

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