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Síndrome dos ovários policísticos: mesmo quem conseguiu engravidar precisa de monitoramento para evitar problemas

Pesquisadores do Karolinska University Hospital, em Estocolmo (Suécia), analisaram detidamente as situações adversas às quais mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) estão mais propensas a passar mesmo depois de conseguir engravidar com o auxílio da fertilização assistida. Em resumo, alertam para a necessidade de um melhor monitoramento dessas gestantes, já que elas têm mais chances de dar à luz prematuramente, ficar diabéticas, ou mesmo ter pré-eclâmpsia – condição em que a paciente passa a sofrer de hipertensão arterial e que, se não tratada, pode pôr em risco a vida da mãe e do bebê durante o parto.

 

Na opinião do especialista brasileiro Assumpto Iaconelli, diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, apesar de serem necessárias mais evidências que justifiquem uma mudança de conduta em relação às gestantes com SOP, é importante reforçar as mesmas modificações no estilo de vida que contribuem para o sucesso do processo de fertilização assistida. “Aumentar os cuidados com a dieta, praticar exercícios físicos com mais regularidade, controlar o estresse e parar de fumar são medidas fundamentais para chegar à hora do parto com a saúde sob controle”.

 

Como 46% das pacientes com SOP apresentam também a síndrome metabólica (aumento de triglicérides e da pressão arterial, intolerância à glicose e obesidade central), Iaconelli diz que logo no início do tratamento para engravidar costuma recomendar uma dieta para que a paciente emagreça entre 5% e 10% do seu peso corporal. Além de aumentar a fertilidade e contribuir com o sucesso do tratamento, depois de grávida a gestante é orientada a continuar cuidando da alimentação, ganhando pouco peso durante os nove meses seguintes.

 

A síndrome dos ovários policísticos costuma afetar entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. Além da presença de pequenos cistos nos ovários – que podem ser bem avaliados na ultrassonografia – o especialista diz que é necessária a ocorrência de outros fatores para chegar ao diagnóstico final, como menstruação irregular ou inexistente, ganho de peso excessivo, crescimento acelerado de cabelos e pelos, entre outros. “Também é importante descartar a existência de doenças que apresentam sintomas semelhantes, como alguns tipos de câncer”, diz o médico.

 

Fontes: 

Þ    Dr. Assumpto Iaconelli, médico ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo (www.fertility.com.br)

 

 

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