Ter um pai

Muitos sofreram duramente com o próprio pai, e carregam graves feridas no coração. Outros nem mesmo o conheceram. Tudo isso é muito sofrido e atinge algo essencial em nossa vida: a necessidade de ter um pai, um verdadeiro pai. Mas, nenhum progenitor é perfeito, não podemos nutrir esta ilusão.

Todo homem chamado a ser pai traz em si o dom da paternidade e esse dom vem, diretamente, de Deus, o Pai por excelência. O maligno, porém, manipulando as realidades daquilo que Jesus chamou também de “o mundo”, agride violentamente o dom da paternidade. Ou ele o sufoca e não o deixa vir à tona ou o arranca com violência e o rouba. Esta é a infeliz realidade com a qual nos defrontamos hoje. Daí, tantas vítimas e todas as consequências decorrentes.

Alguns cometem grandes erros, mas é inegável: todos precisamos ter um pai, mesmo que ele erre, permaneça no vício do álcool, seja bravo, adúltero ou tenha abandonado a família.

Nosso pai também precisa da misericórdia de Deus e do nosso perdão. Sei que não é fácil, especialmente para quem foi muito machucado por seu pai e, talvez, continue ainda sofrendo com ele. Mas não podemos negar: este é o remédio; é dolorido, mas o único e grande remédio, pois todos nós queremos a transformação de nosso pai e, acima de tudo, sua salvação eterna.

Dê essa chance para seu pai. O perdão é a maior manifestação de Deus, que passa por nós e transforma tudo.Todo pai é humano, por isso é falho, frágil e comete erros. Queira perdoar, porque o Senhor é o primeiro interessado em lhe dar essa graça. Deixe o Senhor agir.

Veja bem: não é sentir, é querer… e o Senhor agirá! Deus o abençoe!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib