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Um passo adiante no combate à pneumonia hospitalar

Estudo comprova que o tratamento com linezolida contra bactéria MRSA é mais eficaz do que uso de antibiótico tradicional

Um passo adiante no combate à pneumonia hospitalar

 

Estudo comprova que o tratamento com linezolida contra bactéria MRSA é mais eficaz do que uso de antibiótico tradicional

Tão antigas quanto o cuidado humano, as infecções hospitalares ainda assombram médicos, pacientes e sociedade. Dados de 2010 indicam que mais de 90% dos hospitais do Estado de São Paulo, públicos e privados, ainda continuam sujeitos a esse problema1. Entretanto, o arsenal farmacêutico de combate às temíveis bactérias responsáveis pelas infecções tem sido reforçado com importantes avanços na área de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Um exemplo desse progresso é o Zephyr2, o primeiro estudo clínico com foco exclusivo em pneumonias hospitalares causadas por MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina).

 

A pesquisa comparou o tratamento com o antibiótico Zyvox (linezolida) à terapia com vancomicina – um antibiótico tradicional, descoberto em 1958. O estudo comprovou superioridade da linezolida, verificando uma cura clínica e microbiológica expressivamente melhores (58%) do que o tratamento com vancomicina

(47%).

 

O Estudo Zephyr envolveu 1.184 pacientes com pneumonia hospitalar e pneumonia associada à ventilação mecânica, sendo o primeiro estudo clínico randomizado prospectivo a incluir exclusivamente pacientes com esse tipo de infecção respiratória adquirida no hospital por MRSA. Todas as condições para a comparação entre os dois princípios foram ideais, com doses localmente ajustadas de acordo com a função renal e os níveis basais (níveis necessários para se obter resultados seguros e eficazes com o medicamento). Com relação ao número de óbitos, não houve diferença entre o grupo que recebeu Zyvox e o que recebeu a vancomicina.

 

Com mais de 10 anos no mercado, Zyvox (linezolida) é um medicamento de uso hospitalar indicado para o tratamento de infecções, tais como pneumonias hospitalares, infecções de pele e de tecidos moles (pé diabético, não associado à infecção de osso) e infecções enterocócicas (causadas por um tipo de bactéria).

 

Sobre a MRSA

O Staphylococcus aureus é uma bactéria responsável por infecções leves e moderadas (como as superficiais, de pele ou partes moles3) e por aquelas que envolvem elevada morbidade e mortalidade, como a pneumonia. Entre os primeiros tratamentos contra o estafilococo, estava a meticilina. Com o tempo, a bactéria tornou-se resistente a esse antibiótico, daí seu nome Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Apesar disso, outros tipos de antibióticos, como a linezolida, podem ser usados no tratamento para combatê-la.

 

As infecções por MRSA, normalmente, não costumam se desenvolver em pessoas saudáveis. Tanto é que, uma em cada três pessoas tem contato com ela sem apresentar sintomas. Quando os apresenta, alguns sinais podem ser vistos na pele: vermelhidão, aumento da temperatura, com presença de grandes bolhas que podem ou não apresentar pus. Entretanto, quando a bactéria entra na corrente sanguínea – como ocorre frequentemente em pacientes hospitalizados, que apresentam um ponto de entrada, como um ferimento cirúrgico ou um tubo, por exemplo – pode causar sérios problemas, como pneumonia hospitalar, septicemia, infecção óssea e do revestimento do coração (endocardite). Por isso há a necessidade das instituições hospitalares redobrarem seus cuidados para evitar o problema.

 

O controle da infecção hospitalar no Brasil

Não se sabe ao certo o porcentual de pacientes vítimas da infecção hospitalar. No Brasil, o controle de infecções hospitalares começou a ser aprimorado por meio da Portaria 196/83 do Ministério da Saúde. Em1997, aLei 9.431 e a Portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde estabeleceram e delinearam o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, que obriga os hospitais a criarem comissões permanentes de controle das infecções hospitalares, as CCIH.

 

Pela lei, as comissões permanentes devem ser compostas por representantes dos médicos, enfermeiros e da administração hospitalar. Nos hospitais de maior porte, também devem ser incluídos os representantes dos laboratórios de microbiologia e das farmácias hospitalares. Em 2000, um ano após a criação da Anvisa, apenas 12 estados brasileiros possuíam comissões estaduais de controle de infecção. No fim de 2002, os 26 estados e o Distrito federal já haviam reorganizado suas comissões1.

 

Itens a serem verificados pelos Programas de Controle de Infecções Hospitalares

  1. Divulgar internamente informações e dados referentes ao controle da infecção hospitalar;
  2. Realizar programas de treinamento de profissionais;
  3. Formalizar um Programa de Controle de Infecções Hospitalares;
  4. Definir um sistema de vigilância das infecções hospitalares;
  5. Estabelecer um manual de orientação de prescrição de antibióticos;
  6. Controle da utilização de antibióticos;
  7. Realizar vigilância de controle da infecção hospitalar em áreas críticas;
  8. Estabelecer critérios formais de diagnóstico das infecções hospitalares;
  9. Criar estratégias de controle de consumo de germicida e sabão;
  10. Notificar o sistema estadual de vigilância de infecção hospitalar.

 

Itens a serem analisados pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar

  1. Atender simultaneamente ao rol de itens obrigatórios para funcionamento da CCIH;
  2. Participar da padronização de materiais;
  3. Contar com quadro mínimo de integrantes necessários para a execução das ações de controle da infecção hospitalar;
  4. Contar com estrutura mínima para o trabalho da comissão;
  5. Realizar reuniões periódicas;
  6. Possuir membros consultores conforme a legislação;
  7. Possuir regimento interno;
  8. Possuir comissão formalizada;
  9. Contar com comissões permanentes de controle das infecções hospitalares.

 

Para comentar os resultados do estudo Zephyr, sugerimos entrevista com o infectologista Clóvis Arns da Cunha, da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

  1. 1.                  O Controle da Infecção Hospitalar no Estado de São Paulo – levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) e Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) – 2010.

 

  1. 2.                  Richard G. Wunderink; (Departamento de Cuidados Críticos e Pulmonares, Northwestern University Feinberg School of Medicine, Chicago, Illinois); Michael S. Niederman (Departamento de Medicina, Winthrop-University Hospital, Mineola, New York); Marin H. Kollef (Divisão de Medicina Crítica e Pulmonar, Washington University School of Medicine, St. Louis, Missouri); Andrew F. Shorr (Medicina Crítica e Pulmonar, Washington Hospital Center, Washington, D.C.); Mark J. Kunkel; Alice Baruch e Arlene Reisman (Specialty Care, Pfizer, Nova York, Nova York); William T. McGee (Baystate Medical Center, Springfield, Massachusetts); Jean Chastre (Service de Réanimation Médicale, Institut de Cardiologie, Groupe Hospitalier Pitié-Salpêtrière, Paris, França).

 

  1. 3.                  Partes moles são partes dos membros que não são nem osso nem cartilagem: músculos ligamentos, tendões, tecido subcutâneo.

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Pfizer

Ao completar 60 anos de atuação no Brasil em 2012, a Pfizer reforça seu comprometimento com a saúde e o bem-estar das pessoas, trabalhando para ampliar cada vez mais o alcance de pacientes a tratamentos de qualidade, seguros e eficazes. Para isso, a companhia investe em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças importantes e para necessidades médicas não atendidas, além de estabelecer parcerias para possibilitar ampliação do alcance de seus tratamentos à população, por meio de medicamentos genéricos e produtos maduros. Hoje, a Pfizer oferece grande diversidade de opções terapêuticas que abrangem áreas como saúde da mulher, prevenção de enfermidades em crianças e adultos, infecções, dor, doenças autoimunes, câncer, Alzheimer, entre outras. A empresa também valoriza o apoio à comunidade e oferece suporte a projetos sociais no País relacionados a saúde, educação e sustentabilidade. No mundo, a história da Pfizer começou em 1849 com a produção de insumos para medicamentos nos Estados Unidos (Nova York) e se expandiu para mais de 150 países. No Brasil, a Pfizer está dividida em três áreas: Farmacêutica (produtos de prescrição para Saúde Humana), Consumer Healthcare (medicamentos isentos de prescrição) e Saúde Animal.

 

 

 
 

 

 

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